segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Existe um ponto ótimo de biodiversidade?

Qual seria o nível adequado de proteção à biodiversidade?

A pergunta é menos óbvia do que parece. Hoje em dia a tendência é considerar que a biodiversidade é um bem (público) e que, portanto, é necessária legislação para protegê-la.

Tudo bem, mas quanto? Deve haver um parâmetro para se saber qual o nível de proteção de florestas, rios, mares, etc.

Qual é o objetivo da política ambiental, então?

Pode-se enunciar no mínimo duas alternativas:

1) Todas as espécies (animais/vegetais/etc) devem ser preservadas;

2) Ao menos algumas espécies (animais/vegetais/etc) devem ser preservadas.

A opção (1), embora esteja embutida no discurso ecológico da maioria dos ambientalistas, é uma posição extremamente radical que precisa de argumentos muito fortes para ser defendida.

Afinal, a manutenção de espécies insustentáveis tem um custo, e impedir que quaisquer espécies venham a se extinguir é uma empreitada que tem custos muito altos.

Como argumentar em favor dessa posição é muito difícil, só resta a opção (2) para os que são a favor da biodiversidade.

Mas, se você é levado a defender essa alternativa, os argumentos passam a ser pontuais: por que se deve defender determinada espécie? Por que não outra? Quais os benefícios presentes e futuros da manutenção dessas espécies? E assim por diante.

Em resumo, defender a biodiversidade em si não é uma posição tão óbvia quanto parece.

(Além do mais, é fato que há vários benefícios na extinção de algumas espécies; o caso mais óbvio é o de bactérias e vírus que causam doenças.)