No programa Ação, que eu estava vendo há pouco, Serginho Groisman falava de um programa social implantado na Argentina que consistia em fazer capas de livro com papelão e tinta, para estimular os catadores de papel das ruas. Não sei se o programa era estatal ou privado, mas não me importa. O fato é que isso ilustra a confusão que a esquerda faz entre preocupar-se com os pobres e ter pena deles.
É justo se preocupar com os pobres. Mas uma coisa bem diferente é você fazer capas de livros de papelão e tinta para ajudar os catadores de papel. Eles acham realmente que estão ajudando os pobres com isso? Estimulando o emprego miserável deles? Se preocupar com os pobres não significa admirar a pobreza deles; significa querer tirá-los daquela situação. Os pobres não precisam de pena. Fingir que catar lixo é um trabalho digno e maravilhoso não vai ajudar em nada - só vai aumentar o número de catadores de lixo.