quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Terminei de ler Death Note, o mangá é melhor que o anime, sério. O epílogo também é massa.

Hoje eu estava falando com umas pessoas sobre o fato de os estudantes terem que trocar seus cartões de meia passagem de ônibus de chip por cartões magnéticos aqui no Recife. E disse que não faria nenhuma diferença, porque as roletas continuarão no lugar, então o processo de entrar no ônibus vai continuar igual (colocar um cartão numa maquininha, esperar aprovação, girar a roleta).

Perguntaram o que eu queria no lugar. Na verdade, eu não quero nada no lugar. Couldn't care less se os ônibus têm ou não roleta. Se tivessem todos ar-condicionado, podem colocar três roletas mais caminho de pneus para atravessarmos antes de chegar nos assentos.

Mas eu ingenuamente citei o fato de que, nas cidades em que eu estive no exterior, não havia roletas nem cobradores nos ônibus.

Ouvindo isso, as pessoas entram em estado berserk, começam a me atacar, como se eu fosse o maior militante anti-roletas do país, presidente da ONG Roletas Nunca Mais, pós-graduado em sociologia do transporte coletivo.

Uma menina disse que o Brasil teria que evoluir uns 200 anos para que as roletas sejam dispensáveis. O que talvez seja verdade, embora eu sinceramente não tenha calculado o tempo tão precisamente e desconfie da metodologia adotada. Ficou dizendo que as pessoas nunca respeitariam ônibus sem roletas e cobradores, ninguém ia pagar, o caos reinaria.

O que eu acho mais curioso é que as pessoas sempre acham que elas próprias são civilizadas e capazes de respeitar um sistema que, digamos, não use roletas (ou mesmo caixas de auto-atendimento em supermercados), mas os outros são bárbaros demais. Não sei de onde tiraram essa noção, e me parece que a diferença de honestidade em geral não é muito grande (e, me parece ainda, que no passado as pessoas eram ainda mais honestas, e o mundo contava com menos mecanismos eletrônicos de vigilância, o que levanta dúvidas acerca da "evolução" necessária ao país - parece que seria necessário justamente o contrário, um regresso).

Na moral, acho que eu respeitaria mais essas pessoas se elas dissessem: "Sabe por que isso não funcionaria? Porque eu ia sabotar o sistema. Hehehe. *rindo, esfregando as mãos e olhando para os lados*"