segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Protecionismo e sanções

Ninguém nega que, quando um país impõe sanções comerciais sobre outro, a população do país sancionado sofre. O que muitos ignoram é que, quando um país adota medidas protecionistas, ele não faz mais que sancionar a si próprio. Se um país usa de sanções pra castigar outros países, a única conclusão a que se pode chegar é que ele usa de protecionismo pra castigar a seu próprio povo. O bloqueio a Cuba é uma sanção. Ninguém nega seu efeito devastador na economia cubana. Por outro lado, todos os governos, em maior ou menor grau, impõem bloqueios a se próprios, e ousam dizer que têm efeitos positivos.

A lógica é simples e direta: a conseqüência para a escassez causada pelas sanções não pode ser diferente daquela causada pelas medidas protecionistas. Não existe sentido em propor algo assim. Um fato não se torna melhor ou pior dependendo do que o causou. Se se abolir a escravidão por via pacífica ou por via armada, a abolição não se torna melhor ou pior, é a mesma. Se se proibir o consumo de algo por via interna ou externa, idem.

Não se pode dizer que ser forçado por um agente estrangeiro a ficar sem automóveis tem consequências distintas de ser forçado por um agente nacional ao mesmo destino. A consequência é andar a pé. A fome que se passa porque o vendedor se recusou a nos vender o almoço não é, forma alguma, menos prejudicial que a fome sofrida porque você não pode comprá-lo. O prejuízo é o mesmo: a pessoa começa emagrecendo. Depois, definha. Por fim, morre.